Mineração
verde e sustentável ruma para profundezas da Terra
Redação do Site Inovação Tecnológica -
23/05/2016
O projeto já desenvolveu vários protótipos para a "mineração
profunda do futuro" e estabeleceu objetivos para áreas que ainda dependem
de inovações. [Imagem: Agnico Eagle/I²MINE/Divulgação]
Mineração profunda
Embora existam minas de ouro que
já estão retirando minérios de até 4 km de profundidade, a larga maioria das
minas do mundo está na superfície ou logo abaixo dela. E mesmo as subterrâneas
descem devagar, escavando a uma média de 100 metros adicionais por década.
Especialistas reunidos no projeto
I²MINE, financiado pela União Europeia, acreditam que é preciso levar a mineração
para muito mais fundo, para profundidades superiores a 1.500 metros em média.
Esta conclusão resulta de uma
abordagem integrada visando o atendimento às demandas de minerais e à
necessidade de tornar a mineração mais verde, melhorando simultaneamente a
competitividade econômica e a sustentabilidade.
Exploração seletiva
A "mineração profunda do
futuro" vislumbrada pela equipe exigirá várias inovações, o que a
transforma tanto em um desafio como em uma oportunidade para desenvolver novas
tecnologias e novos processos.
A ideia dos especialistas é
diminuir ao máximo a mineração de superfície, geralmente associada com fortes
impactos ambientais, e torná-la "invisível, segura e com impacto zero, o
que exigirá profundidades superiores a 1.500 metros".
Um foco essencial do projeto está
na "exploração seletiva inteligente", que exigirá o desenvolvimento
de novas técnicas de sensores para o reconhecimento e detecção dos minérios,
dos limites entre as camadas de minérios e rejeitos e da classificação dos
minérios por teor de metal contido.
Outra área de inovação está no
campo da extração propriamente dita. "Nós desenvolvemos uma nova cabeça de
corte para o corte contínuo de rocha dura com resistência compressiva de mais
de 250 MPa. Este novo equipamento permite a operação contínua onde hoje apenas
a perfuração e a detonação seriam viáveis," disse o Dr. Horst Hejny, da
Universidade Técnica de Lulea, na Alemanha, que coordenou o projeto.
Robôs e trabalhadores
Outro componente do projeto está
na maximização do uso de máquinas autônomas, utilizando sistemas de transporte
subterrâneos anticolisão e capazes de encontrar o caminho entre a frente de
lavra e os moinhos.
No entanto, os especialistas
concluíram que isto não será possível em todas as operações, de forma que será
necessário investir em mecanismos para garantir a segurança dos trabalhadores
em grandes profundidades.
Outro protótipo que resultou do
projeto é um robô de pulverização capaz de aplicar forros de concreto nos
túneis das minas, resultando em maior segurança e eficiência. "Estes
dispositivos são um passo à frente no sentido tanto da automação, quanto da
autonomia na mineração,' disse o Dr. Heyny.
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