Reduzir
mortes de abelhas no inverno é discutido na Olimpíada do Conhecimento
- 12/11/2016 15h40
- Brasília
Carolina
Gonçalves - Repórter da Agência Brasil
Matheus
Minotto tem apenas 11 anos, mas o entusiasmo do aluno do Sesi de Criciúma (SC)
com o projeto que ajudou a desenvolver é tão envolvente que fica impossível um
visitante da Olimpíada do Conhecimento não acabar se unindo por alguns minutos
à concentração de curiosos em frente ao seu estande. O projeto apresentado por
ele e outras cinco crianças e seis adultos da mesma unidade do ensino técnico é
uma solução para reduzir o número de mortes de abelhas no período do inverno.
Brasília
- Matheus Minotto,11 anos, durante a Olimpíada do Conhecimento, disse a
gente viu que no inverno 40% a 90% das abelhas morrem. Fomos na casa de um
apicultor que já usava esta ideia e vimos que dá certo (José Cruz/Agência
Brasil)José Cruz/Agência Brasil
“A gente viu que no inverno 40% a
90% das abelhas morrem. Fomos na casa de um apicultor que já usava esta ideia e
vimos que dá certo”, disse, atropelando as palavras diante da empolgação. A
estratégia que o grupo do Sul, região que sofre constantemente com o frio, foi
um bloco de concreto que tem um aquecedor instalado internamente. O invento é
colocado debaixo das colméias evitando que, para se aquecerem, as abelhas usem
toda a sua energia se movimentando dentro do espaço.
“Como a colmeia, neste período,
fica abaixo de 34ºC elas se debatem para se aquecer e perdem energia. Para
reabastecer precisam de alimento e no inverno morem de forme porque tem pouco
alimento”, explicou o pequeno inventor.
Cleber Júnior é professor
de educação tecnológica da equipe catarinense e não esconde o orgulho do
pequeno Matheus. Ele explicou que a equipe foi formada pelos destaques entre os
alunos e que a pesquisa foi inspirada no tema definido para o Festival e
Torneio de robótica deste ano – animais aliados ao homem – e pela realidade
climática da região em que vivem. “A solução do bloco de concreto é ainda mais
barata para o apicultor que se for optar por um sistema de colmeia aquecida vai
gastar entre R$ 200 e R$ 300. O bloco custa cerca de R$ 13”, acrescentou.
Brasília
- Cléber Júnior, professor de educação tecnológica catarinense, explicou que a
equipe responsável pelo projeto sobre redução de mortes de abelhas no inverno
foi formada pelos alunos destaques (josé Cruz/Agência Brasil
Saiba Mais
Na Olimpíada do conhecimento que
acontece em Brasília até amanhã (13) equipes de vários estados trouxeram
experiências com o mesmo tema para competir na modalidade de Robótica. Além da
pesquisa, cada equipe será avaliada pela lista de valores do grupo como
trabalho em equipe e busca pelo saber, e os juízes darão nota ainda ao robô
criado pelos alunos e outra nota para a desenvoltura deste robô em uma pista
com 15 missões montadas com peças de lego – todas envolvendo situações com
animais, como alimentar um panda e salvar um tubarão.
Cleber Júnior explicou que a
Olimpíada do Conhecimento é uma fase inaugural de um torneio nacional e
internacional que é o foco destes alunos. Depois do resultado aqui em Brasília
começam fases regionais que vai resultar em uma final com os melhores nomes
para disputar internacionalmente em nome do Brasil.
Enquanto essa nova etapa não
começa, é impossível não observar que a robótica rouba a atenção da maior parte
dos visitante no evento. Ainda que outras modalidades tenham espaço especial
para o público. A tecnologia já chama atenção na entrada do super estande
montado em frente ao Ginásio Nilson Nelson, na região central da cidade. Júlia
Parreira de Carvalho, de 9 anos, parecia hipnotizada acompanhando a máquina que
desenhava o personagem que ela escolheu em um computador com direito a todos os
detalhes. “Eu nunca tinha visto uma máquina desenhar. Se eu tivesse uma dessas
eu ia desenhar sem parar em casa”, disse com sorriso estampado no rosto e o
desenho que ganhou do “ilustrador automatizado” nas mãos.
Moda
A Olímpiada é espaço de exposição
mas as competições entre equipes estaduais estão em todos os espaços. Na
modalidade Moda e Criatividade é quase impossível conversar com os alunos. Cada
um dos cinco integrantes de cada equipe ficam de olhos vidrados nas máquinas de
costura, nas mesas de corte, ou na montagem das vitrines vivas que são montadas
duas vezes ao dia.
Avaliadora líder da modalidade,
Vitória Prado explicou que, para esses alunos, a competição começou ontem com o
desafio de customizar peças de roupa para vestir em uma família de até quatro
pessoas. Hoje, a missão foi criar multifuncionalidade. “Eles têm que
transformar materiais diversos. Cada peça tem que ter uma função a mais e
vestir bem em todas as pessoas”, explicou. Ou seja, ali naquele espaço a
criatividade transforma blusas em saias, calças em bolsas e o que a inspiração
permitir. Vitória antecipou que o último dia será dedicado aos pets.
No quesito multifuncionalidade de
peças a equipe de Pernambuco promete ter bons resultados. “Esta é nossa
temática geral. 90% do nosso material é reciclado, são roupas modulares que
trouxemos parar modificar”, disse o designer Assis Alves, de 22 anos,
responsável pela montagem das vitrines. Este conceito de produção, segundo ele,
já foi usado ontem e será a base da produção de amanhã para vestir animais de
estimação. “ É emocionante estar aqui. Uma experiência única de aprender com
tantas culturas juntas. Até agora não tivemos dificuldades, mas se tiver um
problema temos sempre que buscar solução”, acrescentou.
0 Comentários