Correntes
oceânicas podem gerar energia continuamente
Redação do Site Inovação Tecnológica -
11/03/2016
Os primeiros protótipos já passaram pelos testes - os modelos finais
deverão ter 80 metros de diâmetro e ficar a 100 metros de profundidade.
[Imagem: OIST]
Eletricidade do mar
Diversas técnicas estão sendo
analisadas e comparadas em busca de uma forma eficiente e economicamente viável
de fazer com que os oceanos gerem eletricidade.
Algumas abordagens propõem tirar proveito do movimento das marés
usando diques, enquanto outras usam turbinas flutuantes. Mas a
maioria dos projetos-piloto envolve tirar proveito da energia das ondas.
O professor Katsutoshi Shirasawa,
do Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa, no Japão, acredita que dá para
tirar proveito também de outro movimento natural das águas: as correntes
oceânicas.
A grande vantagem é que as
correntes oceânicas - verdadeiros rios que cruzam todos os oceanos da Terra -
são contínuas, podendo gerar energia 24 horas por dia, sete dias por semana.
Isto as torna mais estáveis do que as ondas e as marés, e livres do problema da
intermitência das fontes solar e eólica.
Gerador oceânico
Shirasawa projetou uma turbina
que ficará bem no meio da corrente oceânica, 100 metros abaixo da superfície do
mar, o que significa que o gerador oceânico não colocará qualquer restrição à
navegação.
Apesar de constantes e de não
mudarem de direção, as correntes oceânicas são lentas, com uma velocidade média
entre 1 e 1,5 metro por segundo. Contudo, como a água é mais de 800 vezes mais
densa do que o ar, mesmo uma corrente lenta consegue gerar energia comparável à
energia gerada por um vento forte incidindo sobre uma turbina eólica.
Esquema da turbina para gerar eletricidade a partir
das correntes oceânicas. [Imagem: Katsutoshi Shirasawa et al. -
10.1016/j.renene.2016.01.035]
O projeto foi calculado para
explorar a Corrente Kuroshio, que flui ao longo da costa japonesa.
"Nosso projeto é simples,
confiável e energeticamente eficiente. A turbina compreende um flutuador, um
contrapeso, uma nacele para acomodar o gerador e três pás. Minimizar o número
de componentes é essencial para facilitar a manutenção, baixar o custo e
alcançar uma baixa taxa de falhas," disse Shirasawa.
Substituir um reator nuclear
A equipe já construiu dois
protótipos, que estão passando pelos testes finais de eficiência e
durabilidade.
A equipe espera obter
financiamento para construir 300 turbinas de 80 metros de diâmetro, o
suficiente para gerar 1 GW, potência equivalente à dos reatores nucleares
japoneses.
Bibliografia:
Experimental verification of a floating ocean-current turbine with a single rotor for use in Kuroshio currents
Katsutoshi Shirasawa, Kohei Tokunaga, Hidetsugu Iwashita, Tsumoru Shintake
Renewable Energy
Vol.: 91, June 2016, Pages 189-195
DOI: 10.1016/j.renene.2016.01.035
Experimental verification of a floating ocean-current turbine with a single rotor for use in Kuroshio currents
Katsutoshi Shirasawa, Kohei Tokunaga, Hidetsugu Iwashita, Tsumoru Shintake
Renewable Energy
Vol.: 91, June 2016, Pages 189-195
DOI: 10.1016/j.renene.2016.01.035
0 Comentários