Tecnologia
aumenta a produtividade e a rentabilidade do café no Brasil
- 09/01/2018 18h25
- Brasília
Olga
Bardawil - Repórter da Agência Brasil
Produzir café no Brasil usando
novas tecnologias vem se tornando uma atividade mais rentável do que há pelo
menos uma década. Isso é o que mostra o estudo intitulado A Cultura do Café:
Análise dos Custos de Produção e da Rentabilidade nos Anos-Safra 2008 a 2017,
divulgado nesta terça-feira (9) pela Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab). Segundo o estudo, o aumento da produtividade aparece como responsável
pela melhoria de rentabilidade tanto da variedade do café arábica quanto do
café conilon, variedade também conhecida como robusta.
Para o superintendente de
Informações do Agronegócio da Conab, Aroldo de Oliveira Neto, o investimento em
tecnologia em algumas regiões de produção cafeeira foi fundamental para a
mudança de cenário.
"Quando se fala nessa
mudança é preciso voltar no tempo em que se usava basicamente a mão de obra na
colheita do café. Na medida em que você usa a tecnologia - e a mecanização faz
parte disso - você vai aumentar a quantidade de café colhido e a um custo muito
menor. Porque, apenas à guisa de exemplo, onde se colhia um saco manualmente
seria possível colher, digamos, 100 sacos", explica o superintendente.
Mas a mecanização da colheita não
foi o único fator de aumento da rentabilidade. Aroldo Oliveira observa que a
qualidade do café também melhorou graças a uso de novos insumos e novos
processos de produção. Ele cita o caso de Rondônia, onde o estudo mostra
claramente a diferença da tecnologia.
"Um cafezal tem vida útil de
30 anos. Então, a partir de 2013, um programa do governo estadual, com a
participação de diversas entidades e instituições ligadas ao setor, começou a
incentivar os produtores a erradicar o café velho e substitui-lo pelo clone,
que é uma planta resultante de um processo de enxerto. Esse pé de café é mais
forte e produz um grão de melhor sabor. Então o preço acaba sendo melhor",
explica o superintendente.
Aroldo Oliveira destaca ainda que
na região do estado que adotou esse pacote tecnológico os resultados foram
comparativamente melhores que os da região onde a introdução dos novos
processos de produção e colheita foi feita mais recentemente. Uma das vantagens
do clone, segundo Aroldo Oliveira, é a de que o clone se adapta a qualquer tipo
de região onde for plantado. "O Brasil tem hoje a produção do café com
novas tecnologias em outras regiões como o Espirito Santo, que é o maior
produtor do café conilon, e o sul da Bahia."
Aroldo Oliveira reconhece que a
rentabilidade gerada pela melhora da produtividade, em 2016, foi influenciada
também pelo preço favorável do café no mercado internacional.
"Mas é preciso lembrar que o
café é uma commoditie e que seu preço oscila. Mas mesmo quando o preço
cai, o prejuízo que poderia advir dessa queda será sempre muito menor graças ao
uso da tecnologia", disse o superintendente.
Edição: Fernando
Fraga
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